O pastor foi obrigado a se retratar durante culto por usar o termo ao alertar sobre campanhas LGBTQIA+.
Um pastor da Primeira Igreja Batista de Ipiaú, no sul da Bahia, foi acusado de homofobia e denunciado ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por usar o termo “homossexualismo” durante um culto que foi transmitido pela internet.
Por causa da denúncia, o pastor teve que assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e fez uma retratação pública em um culto no dia 10 de novembro, que também foi transmitido na internet.
Em uma pregação em 30 de junho, o pastor Carlos César Januário, o pastor alertou sua congregação sobre as campanhas do Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho.
“Nós estamos vendo o que está acontecendo com as crianças no mundo. Olha o que essa empresa de sanduíches está fazendo e outras que já fizeram também. A [empresa de cosméticos], que também faz promoção do homossexualismo. É para a gente não comprar mais perfume da Natura”, disse o pastor.
Veja a retratação pública do pastor:
O termo homossexualismo é considerado pejorativo devido ao sufixo “ismo”, por ser associado à doenças. Por isso, foi substituído pelo termo homossexualidade.
A denúncia foi feita pelo pelo servidor público federal Mateus Cayres, de 29 anos, que não estava presente no culto, mas afirma ter recebido de um fiel que gravou a mensagem.
A promotora de Justiça Alícia Violeta Botelho determinou através do TAC que o pastor deveria ler o conteúdo do acordo durante um culto, também transmitido através do YouTube, além de divulgar o conteúdo do termo nas redes sociais da igreja.
No documento, a defesa do pastor Carlos César esclarece que “não houve qualquer intenção discriminatória nas palavras proferidas durante o culto”. Lembra ainda que “no exercício de sua liberdade religiosa, utilizou-se de exemplo em que tomava por inadequada a conduta de duas empresas que realizaram campanhas publicitárias promovendo o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, uma delas aparentemente direcionada para crianças, instando fiéis a não adquirirem seus produtos”.
O pastor Carlos César ainda rechaçou “qualquer forma de violência e de discriminação a qualquer ser humano, seja qual for sua orientação sexual ou gênero com que se identifique”.
Via Guiame