Segundo a ministra Damares, essa foi a maior operação policial do Brasil e pode ser a maior do mundo.
De acordo com a ministra Damares Alves, a “Operação Resguardo” já prendeu mais de 10 mil pessoas no Brasil por crimes cometidos contra as mulheres. Cerca de 18 mil policiais civis participaram da megaoperação coordenada pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
A iniciativa aconteceu em mais de 1,8 mil cidades dos 26 estados e do Distrito Federal e teve início no dia 1º de janeiro. Até o dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, os números foram os seguintes:
Denúncias apuradas: 51.243 (municipais, estaduais e federais)
Vítimas atendidas: 188.693
Inquéritos instaurados: 67.974
Inquéritos concluídos: 47.011
Medidas protetivas: 61.729
Efetivo: 18.969
Mandados de prisão: 2.520
Pessoas presas: 10.235
Armas apreendidas: 1.356
“Os números são bastante expressivos. Houve uma adesão em massa das polícias civis de todos os Estados e do Distrito Federal, configurando com isso a maior ação integrada de combate a crimes de violência contra a mulher no país”, informou o coordenador-geral de Planejamento Operacional da Seopi, Fernando Oliveira. Segundo ele, alguns estados colocaram mais de 100 unidades policiais à disposição e mais de 3 mil policiais.
“Uma força extraordinária que demonstra a importância que esse caso específico apresenta, com números surpreendentes, e que mostra a carência anteriormente existente e que nós não vamos deixar voltar a ocorrer. Essa se tornará uma operação de rotina”, disse o secretário de Operações Integradas do MJSP, Jeferson Lisbôa.
Para Lisbôa, a Operação Resguardo demonstra como o Ministério da Justiça e Segurança Pública quer trabalhar de forma integrada no combate à criminalidade no país. “Destaco aqui o apoio das Unidades da Federação e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos no combate à violência contra mulher”, afirmou.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse ao Guiame que a operação é um marco para o combate à violência contra as mulheres. “Posso afirmar que este é um governo que tem um olhar diferente para a proteção da mulher. Além disso, quero agradecer lá na ponta, todos os policiais que estão envolvidos neste momento, e que desde o dia 1º de janeiro estão nas ruas protegendo as mulheres”, destacou a ministra.
Violência contra a mulher no meio cristão
Vale lembrar que as mulheres evangélicas também enfrentam violência doméstica. E, se os números estão aumentando na pandemia do novo coronavírus, porque muitas mulheres passaram a ficar 24 horas em casa com seus agressores, esse número também aumentou entre as cristãs.
Pesquisas já apontaram que 40% das denúncias feitas nos órgãos especializados é realizada por mulheres que se denominam evangélicas. Se levar em conta a omissão daquelas que são manipuladas a não fazer a denúncia, essa porcentagem pode ser ainda maior.
Há algumas distorções bíblicas quando o tema é “submissão”. Se a palavra não for aplicada adequadamente no cotidiano, pode causar alguns estragos na vida de muitas mulheres. A bíblia diz que “assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.” (Efésios 5.24)
Mas o texto fora de contexto pode ser bem contraditório. O mesmo capítulo do livro de Efésios também diz o seguinte: “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela.” (Efésios 5.25)
“Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo.” (Efésios 5.28)
“Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.” (Efésios 5.33)
A Bíblia sempre aponta para o respeito, a tolerância, a justiça e o amor.
Central de Atendimento à Mulher
O Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. Além de receber denúncias de violações contra as mulheres, a central encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos.
O serviço também tem a atribuição de orientar mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento. No Ligue 180, ainda é possível se informar sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Também é possível receber atendimento pelo Telegram. Basta acessar o aplicativo, digitar na busca “DireitosHumanosBrasil” e mandar mensagem para a equipe da Central de Atendimento à Mulher.
Via Guiame, Cris Beloni.