Sim, crise é perigo e oportunidade, como conceituam os chineses, mas pode ser uma experiência de crescimento.
Algumas crises do cristão devem ser observadas mais de perto, o papel da igreja local (ou em companhia de outras) é fundamental e tem o dever de ajudar famílias nas crises da vida, de orientar os lares desajustados, de assistir os enlutados e de levar os idosos a encontrarem significado na vida.
“Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor. Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos: no dia em que eu clamar, ouve-me depressa. Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição. O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão” (Salmo 102.1-4). O lar é afirmado pelo povo evangélico como unidade básica da sociedade, assim como o fato de o casal cristão precisar partilhar ideais e ambições semelhantes. Os cônjuges devem ser maduros emocional, espiritual e fisicamente falando.
Famílias cristãs passam por crises?
Lemos em algum lugar que o ideograma para crise em chinês é formado por dois caracteres. O primeiro significa “perigo”, e o segunda “oportunidade” extrai-se daí a lição que crise é um ponto de perigo e uma oportunidade.
Os gregos derivam a palavra do verbo “separar” (krinein). É um momento decisivo na experiência de cada um. Entre outros, formatura, casamento, novo emprego, nascimento de uma criança, conversão religiosa, promoção, vitória num concurso, ou esses momentos dolorosos, inesperados, que se precipitam sobre uma família e a deixam em aflição e angústia: um crime violento, um acidente fatal, uma doença apavorante, a morte de um querido.
Sim, crise é perigo e oportunidade, como conceituam os chineses, mas pode ser uma experiência de crescimento. Experiência dolorosa talvez, mas sempre de crescimento. Tiago nos adverte: “Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé produz a perseverança: e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.” (Tg 1.2-4)
E já que ninguém cresce sem dores, a pergunta que o cristão faz diante da crise, da dor, do sofrimento. Não é “por que, Senhor?”, mas “para que, Senhor?” no espírito de 2 Coríntios 7.9. No entanto, sua crise é sua crise e de mais ninguém, e a de outra pessoa é a dela própria, pois nenhuma é igual a outra.
Existem razões sem conta para as crises existentes no lar.
São situações que não deveriam ocorrer no lar cristão, mas lamentavelmente acontecem, e a Bíblia aponta as causas dessas disfunções:
– Ausência do Senhor como alicerce do lar (Sl 127.1,2);
– Ausência de piedade (Is 24.15);
– Transferência ou ausência de responsabilidade (Gn 3.12; 1Tm 5.8);
– Falta de autoridade dos pais (Jr 47.3b);
– Falta de previdência (2Co 12.14b);
– Insubmissão feminina (Ef 5.22-24; 1Pe 3.1);
– Desamor masculino (Ef 5.22-29; 1Pe 3.7);
– Procedimento vergonhoso ou insensato do cônjuge (Pv 12.4; 14.1);
– Desobediência e falta de afeto (2Tm 3.2,3).
Por isso é importante aprender a superar as crises e entendê-las para um ajudar o próximo durante a jornada chamada de vida, Deus está acima de toda crise, de todo problema, de toda situação contrária, Ele é o nosso Pai de amor, creia que a tempestade passa e você será fortalecido no seu espírito para superar tudo isso.
Por Josué Gonçalves, terapeuta familiar através de seminários, encontros e congressos realizados anualmente. Autor dos livros “12 Verdades que Todo Filho gostaria que os Pais Soubessem” e “Pastor: Sua Família e Seus Desafios”.
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